Diferente dos quadrinhos, não é comum pensarmos nos autores dos incríveis personagens que vemos nas animações, livros, revistas, novelas gráficas e até nos videogames. Provavelmente se você assistiu Love, Death + Robots, ficou encantando com a originalidade das animações, as paletas de cores escolhidas, os cenários e o quanto o conjunto todo é capaz de nos fazer mergulhar em mundos novos e extremamente criativos, mas é muito provável que a maioria das pessoas que assistiram não conheçam os ilustradores por trás da animação.
A animação da Netflix já conta com 3 temporadas e todos os episódios foram produzidos por diferentes elencos e equipes. Hoje nos falaremos do ilustrador vencedor do Juried Emmy 2021, na categoria Animação, por seu trabalho como background artist no episódio Gelo, da segunda temporada, ele também participou do episódio Zima Blue, da primeira temporada.
O ilustrador, artista gráfico e professor, Patricio Betteo, conhecido carinhosamente como Pato, nasceu na Cidade do México no final dos anos 70, filho de sul-americanos ele faz ilustrações profissionalmente há mais de 17 anos.
Apesar de ser um ilustrador profissional, ele diz que no fundo se considera um “artista gráfico”, pois vive para gráficos e esse é o seu maior amor. Sendo a pintura digital sua forma preferida de trabalhar.
Patricio estudou design gráfico na Escola Nacional de Artes Plásticas da UNAM (México) e suas ilustrações já foram publicadas em várias revistas, como Rolling Stone, Expansión e Nexos. Teve suas obras expostas na Cidade do México, Paris, Bucareste e Madri.
Durante esses mais de 17 anos de carreira, ele ilustrou mais de 30 livros, fez arte conceitual para videogames e animação e publica tirinhas e quadrinhos na QUO, Switch e Chilango.
Toda a sua dedicação as ilustrações lhe abriram as portas ao mundo do concept art para videogames dos quais ele participou de Grimm, da American McGee, e Dance Central, da Electronic Arts e lhe abriu as portas para o mundo da animação audiovisual.
Segundo Betteo, suas prioridades depois de Love, Death + Robots continuam as mesmas, criar a melhor arte possível sem destruir sua saúde ou suas relações pessoais, mas ele diz que de alguma forma, a barra de controle de qualidades dos seus projetos aumentou alguns pontos, pelo menos em relação as suas próprias expectativas pessoais. Ele espera trabalhos maiores, com certeza. E, é claro, se sente muito privilegiado por poder adicionar uma animação como a da Netflix em seu currículo.
O que um background artist faz em um projeto como ‘Love, Death + Robots’?
Em uma entrevista para Domestika, em 2021, Betteo conta que teve que criar toda a arte que aparece na tela, exceto personagens, criaturas e elementos 3D. Ele diz que usou o photoshop para criar tudo e que seus arquivos nunca tiveram menos de 20 camadas, para facilitar o paralaxing e a composição. Também contribuiu com a criação de adereços e algumas etapas do color scripting.
No final de 2021 publicou seu livro autoral Nada Que Ver, com poesia visual/verbal e pequenas histórias assustadoras.
Para o futuro, ele espera aparecer de vez em quando em mais créditos finais de especiais de animação.
Escrito por Spiegelman
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